21 de abril de 2014

Sr. Inspiração



     A quem diga que os sonhos são: um desejo do subconsciente, um protetor do sono, um mundo paralelo ou apenas uma ilusão. Eu acredito que o sonho, seja um pouco de tudo, porque o sonho não necessariamente reflete nos nossos desejos, tanto que temos pesadelos, mas muitas vezes mostra algo que queremos muito que aconteça. Sonho... algo com muitos significados.
     Na forma padrão do dicionário é descrito como: Imaginação sem fundamento, sequência de ideias vãs e incoerentes, às quais o espírito se entrega; devaneio, fantasia, ilusão, utopia.
     Mas qual o sentido do sonho não ter sentido se mesmo sem sentido ele ainda faz sentido e faz sentir?
Pra mim sonho pode ser, aquele filme que se passa enquanto dormimos, aquela viagem que fazemos no meio da aula, um desejo, algo que queremos e idealizamos ou então, uma simples forma de descrever a vida e seus melhores momentos.
     Foi descrevendo esses sonhos, sonhos que ele criou na minha cabeça, e sonhos que ele invadiu durante a noite, assim ele se tornou o Sr. Inspiração, sem eu saber, sem eu perceber. Mas com o tempo ele sumiu da minha vida, que acabou caindo na mesmice e no cotidiano. Os sonhos já não tinham graça e as palavras já não tinham mais razão. Só assim pra perceber da onde vinha tantas ideias, pensamentos e sentimentos que me inundavam nas madrugadas, de onde vinha as palavras que faziam eu ser eu.
     Eu sei que sou boba ou como dizem apenas uma menininha, mas sei lá, o mais irônico é que nessa história, nesses sonhos, mesmo sabendo do que sou capaz, aceitei assumir o papel da menininha. Por vários momentos acreditei nos meus sonhos e fui em busca do impossível, assumi o papel da boba e achei que podia fazer a diferença, mas era só sonho.
     Não confunda sonho com realidade, não faça se não tiver certeza e não se apaixone se não estiver disposta a tudo. Mas acho que faz parte de se apaixonar, achar que nós faremos a diferença ou que então seremos diferentes, mas não é bem assim.
     Não deixe que lhe digam o que deve fazer, pra onde deve ir e pelo que deve lutar.
     Eu não tinha nem 15 anos quando o conheci e antes disso já havia entregado o meu coração para vários amores, a maioria amores platônicos, talvez ele fosse só mais um, talvez.
     Amores platônicos são sempre os melhores e mais gostosos, aqueles pela qual temos que lutar. Lutar de verdade para conquistar. Aquele que nos faz descobrir a determinação e nossos limites.
     Amores platônicos são aqueles que parecem impossíveis, que talvez sejam, mas não confunda isso com amor de fã, é diferente.  É na verdade, aquele amor pelo menino popular, ou aquele menino mais velho que provavelmente não vão corresponder, mas não importa o quanto nos digam isso, pois por ele a gente vai lutar, vai correr atrás e vai tentar fazer a diferença.
     Se não deu certo supere, perdoe e guarde seus amores e suas histórias no lugar mais especial do seu coração.
     Eu sabia qual era o meu limite.
     Eu falava com ele por face e às vezes por Whats, e era isso. No corredor da escola tinha pouco contato visual, às vezes um aceno no corredor ou um oi tímido. Só isso, nada mais. Então como eu podia ficar apaixonada? É, ele mesmo que distante ainda se mantinha perto, presente e era capaz de por algumas mensagens mostrar quem realmente era. Ele não tinha medo de mostrar quem era. Esse diferente me inspirou, a amar, a sonhar, a escrever.
     Cada vez mais idealizava loucuras pra assumir o meu amor, ou pra convencê-lo dessa loucura que era o amor. Talvez em certo ponto ele tenha deixado de ser o meu amor e passou a ser a razão de amar, ou de acreditar no amor e ir a busca dele. Sendo assim passou a ser o Sr. Inspiração, o que me dava esperança de encontrar e viver o meu amor.
      Quando ele sumiu ainda não tinha notado essa importância e influencia, só quando fiquei seca de palavras, que senti aquela sensação de queimação por dentro novamente, algo parecido com nervosismo, como se fosse vê-lo pela primeira vez, como se fosse à paixão voltando pra dentro.
      Imagino que ele não tenha ideia de quantas vezes eu abri o chat, depois desse tempo de desilusão, pensando no que deveria fazer. Ficava olhando para a bolinha verde do chat, que mostrava que ele estava online. Imagino que ele não tenha noção quantas vezes escrevi, quase apertei enter, mas acabei desistindo. Quantas vezes fiquei stakiando seu insta, seu face e seu twitter um milhão de vezes, mesmo sabendo que não teria nada novo.
      Então em uma noite de sábado em pleno feriado, eu, sentada no chão no quarto com o pc apoiado nas pernas olhava mais uma vez para tela e para a pequena bolinha verde.
      Não sabia se lhe chamava. Já fazia 5 meses que não nos víamos e uns 4 que não nos falávamos. Antes era tudo tão diferente.
      Chamei, e por acesso de loucura assumi, o que por meses eu me prendi, me vi diante da inspiração em pessoa.
      Me perguntaram se eu não tinha medo de assumir os meus sentimentos, antes tinha, agora não tenho mais tive, pra que economizar no sentimento? No eu te amo? Melhor se arrepender de ter dito, do que de não ter dito.
      A cada vez que o relógio bate meia noite recebo da vida 86400 pequenos momentos pra refazer tudo, reaproveitar, criar e viver, mas desses 86400 pequenos momentos nenhuma deles pode ser guardado para o dia seguinte. Uma vez que bate meia noite, o resto se perde e você jamais poderá recuperar. Chegará um dia que a vida não nos dará mais esses 86400 pequenos momentos, que na verdade são 86400 segundo de um dia.
      Eu através de uma pessoa transformei boa parte desses 86400 de vários dias da minha vida em pequenas palavras que juntas formaram histórias.
      Ele é como um vírus que entrou na minha cabeça, se espalhou e chegou no coração e não quis mais sair. Além disso, tomou posse da minha cabeça invadiu o meu pc, e criou milhares de documentos com palavras que não consigo explicar.
      Devo tudo, todos os sentimentos, histórias e sonhos, sendo reais ou não, a ele, que me ouviu sem saber que era dele mesmo que eu falava, que leu os textos sem saber que eram sobre ele, que me ensinou a amar, sem saber que estava sendo amado. Devo tudo a ele que me inspirou a escrever, não só a escrever, mas passar a expressar meus sentimentos da maneira que fosse necessária, sem deixa-la guardada e reprimida, por sua causa virei essa menina impulsiva que ama o bung-jump do amor
      Hoje eu o chamo de Sr. Inspiração, hoje ele já sabe da importância que teve pra mim, sabe como me deixa feliz apenas com um “ooi”.



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